Religião
A percepção incorreta da laicidade na sociedade brasileira
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Há muitos anos vejo os meios sociais públicos referirem-se a laicidade do país, que o governo tem que ser laico, que os órgãos públicos devem ser laicos, que o ambiente público deve ser laico.
Porém, o que este entendimento errado prega, é a despersonalização do indivíduo, transformando-o em um ser laico. E isto é errado e contra a lei.
Neste momento em que os debates políticos estão ficando mais intensos, injusto e mentirosos, precisamos quebrar este discurso sobre a laicidade.
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As instituições, órgãos e estado são LAICOS, porque devem privilegiar em suas ações toda a população independente de sua crença, assim, as ações, normas, leis do órgão deve serem essencialmente laicas, mas não as pessoas, os funcionários e os políticos (ainda mais porque estes defendem os interesses de grupos sociais que neles votaram).
Esta interpretação incorreta dada por muitos para justificar o injustificável é sim pretensiosa e direcional, outorgando ao individuo público o dever de não seguir religião alguma e isto vai contra a nossa Constituição Federal.
Lembro-me de um caso onde o professor falou para a aluna que a Universidade era laica, enquanto ela estava querendo orar para que seu trabalho fosse abençoado por Deus. Replico a ele: a Universidade é laica, mas as pessoas não. As pessoas têm liberdade de expressão religiosa garantida pela Constituição Federal brasileira e tolher isso com o discurso da laicidade pública é preconceito religioso.
Lembro-me também de um caso onde se buscava definir o texto de juramento de um curso de graduação e o discurso do conselho e da universidade foi garantir a laicidade da instituição pública. Eu questiono: quem está jurando é a instituição ou o indivíduo? Quem faz o juramento (pessoalmente acho este rito de passagem desnecessário) é o indivíduo que está se graduando, portanto, ele pode jurar por Deus, por Buda, por Maomé, por ashtar, por Odin, por Chico Xavier, por maria e por quem ele quiser, e dele não deve ser retirada esta possibilidade, pois o juramento é individual e cada deve escolher por quem deve jurar e não uma instituição ou organização deve definir este preceito.
Veja, esta é outra incongruência social e falha na compreensão por parte das pessoas mais cultas de nossa nação.
Gostaria que você compreendesse a importância do discurso social, e compreendesse que muitos interpretam incorretamente as leis e normas e nós continuamos a valorar e compartilhar esta noção incorreta das palavras.
Peça discernimento, sabedoria e conhecimento a Deus sobre tudo, pois, não podemos ser mais ludibriados como temos sido por interpretações incorretas que visam a nos prejudicar social, moral e religiosamente.
Que Deus os abençoe tremendamente!
Franciani Galvão
Cristã protestante, esposa, estudante de doutorado, professora universitária, pesquisadora, acredita que a ciência é presente de Deus.